segunda-feira, 7 de março de 2016

Ler+ Departamento de Línguas


Inglês/Francês

Prémio Traduzir 2016



A Escola Secundária Manuel Cargaleiro associou-se à iniciativa promovida pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, através da participação de mais de 20 alunos do 11º e 12º anos na prova do Prémio Traduzir 2016 que se realizou no dia 17 de fevereiro (4ª feira) entre as 10h00 e as 12h00. 

Foi mais um desafio às competências linguísticas dos nossos alunos e uma experiência muito enriquecedora.



Ler+ Ciência


Exposição “Eathink 2015”



“EAThink2015 – Eat Local, Think Global” é um projeto que pretende aumentar o espírito crítico e o envolvimento ativo dos professores e estudantes europeus acerca dos desafios do desenvolvimento global, com uma ênfase particular na segurança e soberania alimentares, sistemas alimentares sustentáveis e agricultura familiar.

Muitas são as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto, na nossa escola. Destacamos a horta vertical e o concurso de bancas de alimentação saudável.
De22 de fevereiro a 4 de março está patente uma exposição alusiva à temática do projeto.


“Não coma fruta importada pois no caminho ela é muito maltratada”
Iago Paulo e Nuno Martins, 8º C




“Comer fruta nacional dá saúde e não faz mal”

Catarina Alves, 8º C

terça-feira, 1 de março de 2016


POEMAS DE S. VALENTIM


Li um dia, não sei onde

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.

Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado...
Diga prá mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?..

Florbela Espanca                         


Quando te vi amei-te já muito antes

Tornei a achar-te quando te encontrei.
 Nasci pra ti antes de haver o mundo



 Eu amo tudo o que foi
 Tudo o que já não é
 A dor que já me não dói
 A antiga e errônea fé
 O ontem que a dor deixou,
 O que deixou alegria
 Só porque foi, e voou
 E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa                                    


Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?




Este inferno de amar 

E
ste inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi

Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam, 
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.                                                                      Almeida Garrettin "Folhas Caídas"



Para Ti

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só 

Mia Couto,  in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"





Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo

Para atravessar contigo o deserto do mundo 
Para enfrentarmos juntos o terror da morte 
Para ver a verdade para perder o medo 
Ao lado dos teus passos caminhei 

Por ti deixei meu reino meu segredo 
Minha rápida noite meu silêncio 
Minha pérola redonda e seu oriente 
Meu espelho minha vida minha imagem 
E abandonei os jardins do paraíso 

Cá fora à luz sem véu do dia duro 
Sem os espelhos vi que estava nua 
E ao descampado se chamava tempo 

Por isso com teus gestos me vestiste 
E aprendi a viver em pleno vento 

Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto' 





Não Posso Adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século 
não posso 
ainda que o grito sufoque na garganta 
ainda que o ódio estale e crepite e arda 
sob montanhas cinzentas 
e montanhas cinzentas 

Não posso adiar este abraço 
que é uma arma de dois gumes 
amor e ódio 

Não posso adiar 
ainda que a noite pese séculos sobre as costas 
e a aurora indecisa demore 
não posso adiar para outro século a minha vida 
nem o meu amor 
nem o meu grito de libertação 

Não posso adiar o coração 

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa" 




Urgentemente
É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade, 
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã" 

Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Todas as cartas de amor são 
Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem 
Ridículas. 


Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras, 
Ridículas. 

As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser 
Ridículas. 

Mas, afinal, 
Só as criaturas que nunca escreveram 
Cartas de amor 
É que são 
Ridículas. 

Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso 
Cartas de amor 
Ridículas. 

A verdade é que hoje 
As minhas memórias 
Dessas cartas de amor 
É que são 
Ridículas. 

(Todas as palavras esdrúxulas, 
Como os sentimentos esdrúxulos, 
São naturalmente 
Ridículas.) 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 




























Encontro com o escritor Bruno Vieira Amaral  



No dia 12 de fevereiro decorreu mais um encontro com escritores, na escola secundária Manuel Cargaleiro.
No espaço da BE, dinamizado por uma das suas antigas professoras de Filosofia, Isabel Silva, em colaboração com a BE, professores e alunos do 10º B, 10º G e 11º A tiveram o privilégio de assistir a uma palestra com o escritor Bruno Vieira Amaral.
 Viajando pelo mundo da literatura, da fantasia e do sonho, trocaram-se opiniões ‘reais’ sobre a importância da escrita, da leitura e da literacia. O autor proporcionou a alunos e docentes momentos únicos de diálogo, fluído e interessante sobre a importância da leitura para a formação integral do individuo.

Partindo do geral para o particular, o autor conseguiu captar a atenção de todos os presentes e falar-nos um pouco do seu percurso e da sua obra “As primeiras coisas.”


Foto do autor



Bruno Vieira Amaral nasceu em 1978. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea. É escritor, crítico literário, tradutor, autor de vários blogues destacando-se o Circo da Lama.

Editor-adjunto da revista LER e assessor de comunicação das editoras do Grupo Bertrand Círculo, foi seleccionado, em 2002, para a Mostra Nacional de Jovens Criadores. Colaborou no DN Jovem, na revista Atlântico e no jornal i.

O autor recebeu o Prémio de Livro do Ano da revista TimeOut, o Prémio Fernando Namora, o Prémio PEN Narrativa e o Prémio Literário José Saramago.

Publicou, até ao momento, as obras: Guia Para 50 Personagens da Ficção Portuguesa, Aleluia e As primeiras coisas

















E porque alguma brincadeira também é saudável e necessária, os alunos divertiram-se com o desfile de Carnaval.





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Debates

No âmbito do apoio ao currículo, e dando continuidade ao trabalho colaborativo entre a BE e o Departamento de Ciências Sociais e Humanas realizou-se, no passado dia 22 de janeiro, um dos debates temáticos previstos na área da Filosofia. A turma do 11º C, orientados pelo professor José Martinho, debateu o tema “Aperfeiçoamento Genético Humano”.