quarta-feira, 27 de maio de 2015

Poesia Ilustrada



Ilustração Digital de Rodrigo Ferreira(10ºI) do poema Cai chuva do céu cinzento” de Fernando Pessoa 

Cai chuva do céu cinzento

Cai chuva do céu cinzento Que não tem razão de ser. Até o meu pensamento Tem chuva nele a escorrer. Tenho uma grande tristeza Acrescentada à que sinto. Quero dizer-ma mas pesa O quanto comigo minto. Porque verdadeiramente Não sei se estou triste ou não. E a chuva cai levemente (Porque Verlaine consente) Dentro do meu coração.


Fernando Pessoa

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Tertúlias Queirosianas



Partindo da leitura da obra OS Maias, de Eça de Queirós, os alunos do 11º A, B e H, orientados pela professora Fátima Fonseca, promoveram um debate tendo como tema o “Estado da Nação” centrando-se este  em questões como a economia, a política, a educação, o jornalismo e a literatura,  fazendo, no final, o transporte dessa realidade para a atualidade.


Inserida no projeto Deleitura, a atividade pretendeu motivar e desenvolver a imaginação e criatividade dos alunos, diversificar estratégias de análise crítica de obras literárias, estabelecendo a ponte entre a sala de aula e a biblioteca escolar promovendo a leitura.




segunda-feira, 18 de maio de 2015

Poesia Ilustrada

Ilustração digital de Filipe Ferreira(10ºI) do poema “A Avó” de Manuel António Pina

A Avó

Tinha ao colo o gato velho
cansadamente passando
a sua branca mão pelo
pelo dele preto e brando

Sentada ao pé da janela
olhando a rua ou sonhando-a
todo o passado passando
a passos lentos por ela

Dormiam ambos enquanto
a tarde se ia acabando
o gato dormindo por fora
a avó dormindo por dentro

Manuel António Pina

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Encontro com escritores

Encontro com a escritora Cristina Carvalho


No dia 13 de maio, o grupo de recrutamento de Português, em parceria com a Porto Editora, promoveu mais um encontro com escritores, na escola.
No espaço da BE, alunos do 11º D, 12º G e C tiveram o privilégio de assistir a um debate com a escritora Cristina Carvalho. Partindo das duas obras lidas “Nocturno: O romance de Chopin” e “Lusco-Fusco”, a escritora apresentou-nos a sua obra.
O diálogo foi fluido e interessante tendo conseguido chamar a atenção dos alunos para a importância da leitura, enquanto motor primordial para o desenvolvimento do ser humano.

Cristina Carvalho

 Maria Cristina Nunes da Gama Carvalho Meira da Cunha nasceu em Lisboa a 10 de Novembro de 1949. Filha de duas figuras ligadas à escrita, Natália Nunes e Rómulo de Carvalho/António Gedeão, professor e poeta, cedo se interessou pelo mundo das letras. O seu primeiro livro, Até Já Não é Adeus, foi publicado em 1989. Algumas das suas obras publicadas estão incluídas no PNL - "O GATO DE UPPSALA", "NOCTURNO, o romance de Chopin", "LUSCO-FUSCO”, "RÓMULO DE CARVALHO/ANTÓNIO GEDEÃO - BIOGRAFIA", "ANA DE LONDRES" e "QUATRO CANTOS DO MUNDO" .



 



SEMANA DA LEITURA



Atividades desenvolvidas em colaboração com o Gabinete da Juventude, da Câmara Municipal do Seixal, no âmbito do projecto Março Jovem


Preparação das atividades 





Workshop  ‘O que queres ser quando fores grande’   












Workshop  ‘Estratégias para lidar com o Stress’ 




Karma Drums iz Us  



LER+ História

De políticos e escritores a jornalistas profissionais: jogos de identidade (1865-1925)


SINOPSE

Esta obra articula-se em torno das coordenadas que nortearam o aparecimento de um novo protagonista social: o jornalista.
Os trajectos seguidos por três jornais com histórias distintas , o Diário de Notícias, O SéculoO Primeiro de Janeiro constituíram o ponto de partida para analisar as origens do processo de construção da identidade dos jornalistas portugueses, num momento caracterizado pela inexistência de mecanismos de controlo formalmente instituídos.
A anatomia das instituições serviu de plataforma para entendermos a funcionalidade dos actores. De facto foi a introdução de novas directrizes redactoriais que esteve na base da constituição de um capital de competências específico que permitiu que o jornalismo se autonomizasse face a outros domínios de actividade como a política e a literatura dos quais havia permanecido até então como um mero subsidiário. Os jornais não deixaram de ser tribunas políticas e locais de expressão literária mas adquiriram uma identidade distinta conferida pela divisa do novo conceito norteador: informação.
O Diário de Notícias, ao assumir explicitamente o jornalismo como um negócio e ao adoptar a informação como estandarte, surgiu como o pioneiro de uma nova conceptualização que desbravou o terreno para a afirmação de um personagem que adquiriu existência histórica durante o século XIX: o jornalista.

                                                                 Paula Miranda



No encerramento das atividades do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, os alunos do 8º A e do 11º H assistiram à palestra da colega Paula Miranda.






quinta-feira, 14 de maio de 2015

Poesia Ilustrada

 
Ilustração digital de Dmytro Nelepa do poema “Nunca, por Mais“ de Fernando Pessoa
 
Nunca, por Mais
Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma,
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração.
Fernando Pessoa 

70 anos da libertação dos prisioneiros em Auschwitz

 
 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Semana da Leitura

Apresentação do livro “Entre os Caminhos das Pedras



O escritor Luís Ferreira apresentou, na BE, a convite do director da Escola Secundária Manuel Cargaleiro, o seu livro “Entre os Caminhos das Pedras”. A obra fala-nos da magia do Caminho de Santiago.

SEMANA DA LEITURA

Tertúlia “Ouvir as Palavras de Pessoas




Os alunos declamaram poemas de Pessoa, na BE, perante uma plateia de docentes e colegas.





SEMANA DA LEITURA

Durante a Semana da Leitura de 2015, muitas foram as atividades desenvolvidas na escola, quer a nível interno quer em colaboração com entidades externas. Assistimos a momentos de leitura, a concursos de gramática, receção a crianças do infantário para assistirem a uma peça de teatro e momento de pura brincadeira, entre outros. Na impossibilidade de nos referirmos a todas, destacamos as seguintes:



Exposição Palavras do Mundo 


Ao longo de toda a semana, a comunidade educativa da ESMC foi convidada a deixar o seu contributo, no placard, com frases, poemas, reflexões alusivas ao tema da exposição.






sexta-feira, 8 de maio de 2015

Tertúlia de Abril - 23 de Abril de 2015




Com o Professor Jacinto Bettencourt

LER+ História



E porque consideramos ser a promoção da leitura transversal a todas as disciplinas, abrimos mais uma rúbrica. Desta feita, fomentando e incentivando a leitura através da História.

Das atividades desenvolvidas, destacamos os colóquios ‘O PAPEL DAS MULHERES NOS CONFLITOS BÉLICOS E NO ESTADO NOVO’ e ‘INCURSÕES NA OBRA DE POLÍTICOS E ESCRITORES A JORNALISTAS PROFISSIONAIS: JOGOS DE IDENTIDADE (1865-1925)’, dinamizados pelas professoras Mª Eugénia Ferreira Alves Pinho e Paula Galvão Miranda respectivamente.

Os colóquios, inseridos nas comemorações do 25 de abril, pretenderam destacar a efeméride com atividades diferenciadas ligando-as, também, à comemoração do Dia Mundial da Liberdade da Imprensa, fazendo uma singela alusão para a data.

Os alunos assistiram a colóquios, visitaram exposições e participaram em concursos alusivos à temática da Liberdade.


Leituras recomendadas:

Miranda, P. (2014). INCURSÕES NA OBRA DE POLÍTICOS E ESCRITORES A JORNALISTAS PROFISSIONAIS: JOGOS DE IDENTIDADE (1865-1925) – As origens do arquiteto da informação. 1ª Edição. Lisboa. Chiado Editora.

Ler + História

O Papel das Mulheres... nos conflitos bélicos
e no Estado Novo

Donas-de-casa, esposas, mães, educadoras: eis os principais papéis reservados ao longo dos séculos pelas sociedades europeias às mulheres. Afastadas, por regra, das decisões políticas, e, por via disso, dos assuntos bélicos, nem por isso deixaram de, na retaguarda, sofrer na carne —ou na carne dos seus— os efeitos dos conflitos militares, e de, por outro lado, contribuir para o "esforço de guerra". Este apoio foi crescente de conflito para conflito, ao longo do século XX.

As mulheres assumiram novas responsabilidades e passaram a ocupar os lugares deixados vagos pelos homens na actividade económica. A 1ª Guerra Mundial contribuiu, de um modo decisivo, para o triunfo dos ideais feministas. A mobilização de exércitos de milhões de  homens produziu uma fatal e inevitável rarefação em todas as actividades económicas: na agricultura, na indústria, no comércio e nas profissões liberais. Além disso, as necessidades da defesa militar impunham, aos países envolvidos no conflito, a produção maciça e acelerada do material de guerra, e, desta maneira, a mulher aparece a substituir o homem em toda a parte: nas fábricas de munições e de armamento, nos hospitais e nas repartições públicas, nos escritórios e nas oficinas; ora guiando automóveis, ora conduzindo elétricos.


Em Portugal, a retórica salazarista apresentava a família como a célula central na dinâmica da nova sociedade que se pretendia construir e consolidar, prevalecendo a autoridade masculina, pois o marido permanecia «chefe da família», com poderes decisórios relativamente a todos os atos da vida conjugal. Uma mulher casada não podia ir para o estrangeiro sem  autorização do marido, não podia trabalhar sem autorização do marido. O marido podia chegar a uma empresa ou estabelecimento público e dizer: eu não autorizo a minha esposa a trabalhar. E ela tinha que vir embora, tinha que ser despedida”.

Quanto à mulher, era responsabilizada pelo governo doméstico mesmo se trabalhasse fora do lar. A administração dos bens do casal continuava a caber ao marido e a mulher continuava obrigada a adotar a residência do marido e a estar impossibilitada de sair do país, exercer comércio, ou movimentar depósitos bancários, sem o consentimento dele.
Assim, as mulheres eram vistas como suas subalternas, um traço que o Estado Novo reforçava cada vez mais. Salazar não se cansava de dizer que o lugar da mulher era em casa.

Maria Lamas descreveu muito bem a situação do trabalho feminino:
«No povo não há, praticamente, mulheres domésticas. Todas trabalham, mais ou menos fora do lar. Quando não são operárias, são trabalhadoras rurais, vendedeiras, criadas de servir ou “mulheres-a-dias”.  (….) Seria quase impossível mencionar todas as suas ocupações que vão do roçar mato aos mais delicados bordados, sem contar com as grandes indústrias em que ela ocupa lugar predominante».

E, por isso, impôs restrições e impedimentos vários ao trabalho feminino…
As professoras primárias para contraírem matrimónio - a partir de 1936 - tinham de solicitar autorização ao Ministério da Educação Nacional, comprovando o “bom comportamento moral e civil” do pretendente e “os vencimentos ou rendimentos, (…), em harmonia com os vencimentos da professora."  

A proibição do casamento foi também imposta às telefonistas da Anglo-Portuguese Telephone Company (permitido em 1940), às enfermeiras dos Hospitais Civis (autorizado em  março de 1963), às profissionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros e às hospedeiras de ar da TAP (em vigor até ao 25 de abril de 1974). E era também proibido às mulheres o acesso a cargos na administração local, na carreira diplomática, na magistratura judicial e em postos de trabalho no Ministério das Obras Públicas (até 1962).

A década de 60 é aquela em que as mulheres acedem, maciçamente, ao trabalho industrial e dos serviços, em muitos casos para substituir a mão-de-obra masculina que se ausenta para o estrangeiro e para África.

A partir de 1967, o novo Código Civil eliminou a necessidade de a mulher pedir o consentimento do marido para exercer profissões liberais ou funções públicas, publicar obras ou ter actividades lucrativas.


Mª Eugénia Pinho


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Poesia Ilustrada


Ilustração digital de Catarina Sancadas (10ºI) do poema “Retrato” de Cecília Meireles


RETRATO

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles